
Marina Silva critica flexibilização do licenciamento ambiental, mas encontra resistência no governo
A ministra segue como voz isolada no governo ao se posicionar contra a flexibilização do licenciamento ambiental
Jornal Surreal – Redação
Em meio a discussões sobre mudanças na legislação ambiental, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, segue como voz isolada no governo ao se posicionar contra a flexibilização do licenciamento ambiental. Suas críticas, embora firmes, não têm encontrado eco significativo entre outros membros do Executivo, que defendem agilidade nos processos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento econômico.
O conflito interno no governo
Marina Silva, conhecida por sua trajetória em defesa da sustentabilidade, tem alertado sobre os riscos de reduzir as exigências do licenciamento ambiental, argumentando que a medida pode levar a danos irreversíveis a biomas sensíveis, como a Amazônia e o Cerrado. No entanto, setores do governo, incluindo a Casa Civil e o Ministério de Minas e Energia, pressionam por regras mais flexíveis para acelerar obras consideradas prioritárias.
A Pressão por desenvolvimento vs. sustentabilidade
Enquanto o Planalto busca equilibrar crescimento econômico e preservação ambiental, a resistência de Marina Silva destaca um debate mais amplo: é possível conciliar agilidade na aprovação de projetos sem abrir mão do rigor ambiental? Especialistas apontam que, sem mecanismos eficazes de fiscalização, a flexibilização pode aumentar casos de desmatamento e conflitos fundiários.
A reação da sociedade civil
Organizações ambientalistas têm se mobilizado em apoio às posições da ministra, reforçando que o licenciamento ambiental é uma ferramenta essencial para evitar tragédias como rompimentos de barragens e grilagem de terras. Nas redes sociais, a hashtag #LicenciamentoNãoSeFlexibiliza ganhou força, mostrando que, mesmo sem amplo respaldo no governo, a pauta tem relevância pública.
O futuro da política ambiental
A disputa revela um governo dividido entre duas agendas: a econômica, que prioriza investimentos em infraestrutura, e a ambiental, que busca garantir a proteção dos ecossistemas. Enquanto Marina Silva mantém sua postura, analistas acreditam que, sem maior apoio político, suas propostas podem ficar enfraquecidas.
O desafio, agora, é encontrar um caminho que una desenvolvimento e preservação — sem que um anule o outro.
Foto: Reprodução/MMA