
Sebastião Salgado morre aos 81 anos: O legado do fotógrafo que retratou a alma humana
Salgado ganhou reconhecimento internacional com projetos como Trabalhadores (1993) e Êxodos (2000), que documentaram a vida de comunidades marginalizadas
Jornal Surreal – Redação
O mundo perdeu um dos maiores nomes da fotografia documental: Sebastião Salgado morreu aos 81 anos, deixando um legado de imagens poderosas que revelaram histórias de resistência, desigualdade e beleza natural.
Nascido em Aimorés (MG) em 1944, Salgado começou sua carreira como economista antes de se dedicar à fotografia. Seu trabalho, marcado por um olhar humanista e estético único, percorreu mais de 120 países, registrando desde conflitos sociais até paisagens intocadas.
Uma vida de olhares transformadores
Salgado ganhou reconhecimento internacional com projetos como Trabalhadores (1993) e Êxodos (2000), que documentaram a vida de comunidades marginalizadas. Sua abordagem misturava crueza e poesia, tornando-o um dos fotógrafos mais influentes do século XX.
Junto com sua esposa, Lélia Wanick Salgado, ele fundou o Instituto Terra, dedicado à recuperação ambiental da Mata Atlântica. O projeto refletia sua crença na conexão entre seres humanos e natureza, tema central em Gênesis (2013), sua série sobre regiões virgens do planeta.
Reações e homenagens
Artistas, ambientalistas e admiradores lamentaram sua morte nas redes sociais. O MASP anunciou uma exposição em sua homenagem, enquanto o Instituto Moreira Salles, que abriga parte de seu acervo, destacou sua “capacidade de transformar dor em esperança”.
Por que Sebastião Salgado será sempre lembrado?
- Fotografia como ativismo: Suas imagens denunciavam injustiças e inspiravam mudanças.
- Compromisso ambiental: O Instituto Terra já replantou milhões de árvores.
- Influência global: Prêmios como o Príncipe das Astúrias (1998) e o Hasselblad (1989) consolidaram seu lugar na história.
Onde ver seu trabalho?
Parte de sua obra está disponível no livro Da Minha Terra à Terra (2014), uma autobiografia, e em exposições permanentes no Museu Nacional de Belas Artes (RJ) e no Instituto Terra.
Sebastião Salgado deixa não apenas fotografias, mas um chamado à consciência. Como ele mesmo disse: “A câmera é minha linguagem. Com ela, eu falo ao mundo.”
Foto: Joel Saget/AFP/Arquivo